segunda-feira, janeiro 30, 2006

O Tempo que passou

Poema à máquina de escrever

Agora que o computador
me desliga, e corrige,
afiando as palavras,
regresso ao perfurador
dos silêncios,
ao deslizar dos dedos
no mínimo pó,
teclas interceptam
o caudal dos pássaros, os
rios que voam até à nuvens,
a Royal rectifica
a realidade.

(J.T.Parreira)


A Feira

Gosto de comprar ovos, grelos e chouriças
na feira.
Balanço a cesta com as letras
frescas, verdes e cheirosas
que saem das goelas do meu povo!

(Ana Maria Costa)

1 comentário:

Memória transparente disse...

"... teclas interceptam
o caudal dos pássaros, os
rios que voam até à nuvens..."
Bonito este tempo poético.
Beijinhos.