terça-feira, dezembro 06, 2005

O Poema

Um poema como um gole d'água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida
para sempre na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa
condição de poema.
Tiste.
Solitário.
Único.
Ferido de beleza mortal.

(Mário Quintana)


No Princípio

Pássaros aprendendo para sempre
a sobrevoar os rios.
E sob as árvores os pássaros
descansavam do milagre
da longa manhã azul,
sob as árvores,
dentro da sombra.




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