quarta-feira, dezembro 21, 2005

Memórias

Ao que vens agora,
memória,
fazer contas à vida?
Reduzir algumas rugas à beleza
do rosto que brilha ainda
por estar tão próximo do sol?
Juventude,
ao que vens agora,
intranquilizar a meia-idade?
Quisera que o tempo
fosse indeciso
e parasse
na rosa rectílinea
dos dedos cansados
de segurar a minha vida.
Ao que vens agora,
adolescência,
com essa música?
Que desafia as minhas mãos
para o corpo amado-um silêncio
que como gôndola desfila.

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