sexta-feira, novembro 11, 2005

A Matéria Solar


Ao Eugénio de Andrade

Uma pedra ainda fria do silêncio
expõe-se como um corpo
de mulher, franqueia o dorso
ao sol que o Oriente lança
com a sua longa mão
cada manhã ao começarem
as linhas das casas, a copa
das árvores, os telhados
em cujo gume um gato
sacode a sua sombra.


Bom fim de semana!

1 comentário:

J.T.Parreira disse...

Caras colegas das letras, só para que conste, este poema é meu, dedicado ao EA.