Estive contigo todo o dia no meu ouvido
à volta do meu pescoço
o teu perfume, de gotas brilhantes
invisíveis, na dupla palma
das minhas mãos o vento
trazia o minúsculo instante da poeira
Estive com os meus cabelos
sonhando com as tuas mãos
estive a respirar o ar
que deixaste para trás
guardei na minha retina a soma
do abrir e fechar dos teus olhos
o teu silêncio agora toca-se
em cada coisa que ficou
cuja textura é inquebrável
como uma lágrima.
A bebedora de Absinto, Lautrec
Sem comentários:
Enviar um comentário