O vento deve entrar agora
pela porta em ruínas, pelas janelas
rasgadas na fronte da casa
Está a remexer gavetas
a redemoinhar na sala, como um gato
invisível
Duas malas não resistiram
à pressa, abriram vestidos
no soalho, segredos de alcova
Como nuvens sem forma, partiram
e apagaram-se no ar, um silêncio
dos sapatos nas pedras
sem os longos casacos pretos
em que passaram a noite
sem casa, a sós
com uma estrela.
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