quarta-feira, agosto 30, 2006

Avó Leonor

Uma avó negra que tive em silêncio
avó de branco
riso que nunca poisou em mim
o algodão do seu olhar
avó de negros
olhos fazendo luz
entre a noite transparente
sob o luar dos fogos
Avó negra
que invocavas deuses
deuses fechados como os sons
que à selva se reservam
toda a minha alma
é cruzada por ti
como a noite traspassada pela chama.

1 comentário:

elsefire disse...

paira sobre este poema uma certa mágoa, uma certa saudade de alguém que já não é residente entre os vivos.
"olhos fazendo luz"
gostei muito mesmo.

tocante