A Porta
Gabriel Celaya
Parei-me, pequeno, diante da enorme porta
de madeira escura, com bronzes fabulosos.
Devo chamar? Devo esperar? Devo algo?
Parece que sim. Não sei. Recordo talvez
o menino que procurava chegar ao trinco.
Eu tão-pouco chego, nas pontas dos pés, nem nos sonhos.
E logo a porta abre-se lentamente,
devagar, com o leve guincho de cem séculos,
e põe diante de mim, ansioso, largo, quadrado,
um espelho de prata, e nele, quem não conheço.
(Tradução: J.T.Parreira)
1 comentário:
Gostei de ler esta tradução poética de "A Porta". As interrogações dão vida ao poema.
Beijinhos.
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