quinta-feira, janeiro 03, 2008

Um poema de Ángel González


EL OTOÑO SE ACERCA

El otoño se acerca con muy poco ruido:
apagadas cigarras, unos grillos apenas,
defiendem el reducto
de un verano obstinado en perpetuarse,
cuya suntuosa cola aún brilla hacia el oeste.
Se diría que aquí no pasa nada,
pero un silencio súbito ilumina el prodigio:
ha pasado
un ángel
que se llamaba luz, o fuego, o vida.
Y lo perdimos para siempre.


O OUTONO APROXIMA-SE

O outono aproxima-se sem muito barulho:
cigarras apagadas, apenas grilos
que defendem o reducto
de um verão obstinado em ser eterno,
cujo rasto esplêndido ainda brilha no oeste.
Dir-se-ia que aqui nada se passa,
mas um silêncio súbito ilumina o prodígio:
passou
um anjo
que se chamava luz, ou fogo, ou vida.
E perdemo-lo para sempre.

(Trad.J.T.Parreira)

1 comentário:

hfm disse...

Belo poema - exemplar tradução.