Na cama nua, na Caverna de Platão
(In the Naked Bed, in Plato's Cave)
Na caverna de Platão, nua
A cama com as luzes reflectidas
A deslizarem na parede,
E carpinteiros que martelam na sombra
Debaixo da janela,
O vento agitou as cortinas toda a noite,
Uma frota de camiões rua acima, relinchando,
Com a carga coberta, como de costume.
O tecto acendeu-se outra vez, um quadrado
Deslizando para as paredes.
Ao escutar os passos do leiteiro,
Seu esforço pelas escadas, o tilintar das garrafas,
Levantei-me da cama, acendi um cigarro,
e andei para a janela. A rua empedrada
Estendia a quietude que vinha das casas,
A vigília dos postes de luz e a paciência do cavalo.
O puro capital que temos num céu de inverno
Fez-me voltar para a cama de olhos exaustos.
(Trad. J.T.Parreira)
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