segunda-feira, janeiro 14, 2008

A Poesia surrealista de Lorca

Estava no terraço lutando com a lua.
Enxames de janelas crivavam um músculo da noite.
Nos meus olhos bebiam as doces vacas dos céus
e as brisas de largos remos
golpeavam os cinzentos cristais da Broadway.

A gota de sangue buscava a luz da gema do astro
para fingir uma semente morta de maçã.
O ar da planura, impelido pelos pastores,
tremia com um medo de molusco sem concha.

de Poeta en Nueva York
(«Danza de la Muerte»)

(Trad. J.T.Parreira)

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