sábado, outubro 21, 2006

Apollinaire (Sob a ponte Mirabeau)

Óleo do poeta Ferreira Gular

Sob a ponte Mirabeau desliza o Sena
E os nossos amores
É bom lembrar, vale a pena,
Que a alegria sucede aos dissabores

A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo

As mãos nas mãos estamos face a face
Enquanto passa
Sob a ponte de nossos braços
A onda lenta de um eterno cansaço

A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo

O amor se vai como esta água barrenta
O amor se vai
Como a vida é lenta
E como a esperança é violenta

A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo

Passam-se os dias passam-se as semanas
Nada do que passou
volta de novo à cena
Sob a ponte Mirabeau desliza o Sena

A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo

(Tradução por Ferreira Gullar)

4 comentários:

Luiz Alberto Machado disse...

Excelente este seu espaço, meu amigo. Estarei indicando nas minhas páginas.
Abração
www.luizalbertomachado.com.br

Memória transparente disse...

J. Parreira, gostei de todo este trabalho (tradução e pintura) do Ferreira Gular.

Abraço.

isabel mendes ferreira disse...

e toda as pontes ligam margens????


__________________


escolha perfeita.


abraço.

hfm disse...

Muito eu gosto deste poema!