quinta-feira, julho 13, 2006

Vida Literária

Vida Literária

Escuto a máquina de escrever
da primeira tecla que bate
um pássaro dá meia-volta

voa para longe, das seguintes
um menino leva os dedos
à boca e chora

no meio de tinta azul
pintava um céu em círculos
à volta de um sol tranquilo

o pássaro que saiu voando
e o menino que ensaiou
na língua uma palavra azul

são o que hoje soa
da máquina de escrever
Amanhã por uma esquina

do teclado sairá
um homem que esconde
a sua noite por um prédio

num desvão calado
-E a poesia encerrará
as suas teclas mais tristes?

12-7-2006

4 comentários:

hfm disse...

O crescendo deste poema é impressionante e termina duma forma que chega a doer. Belíssimo!

Lai disse...

Bonito...

Vou continuar a passar por aqui...

alice disse...

é magnífico, o pássaro vem direito aos olhos, e bate muito as asas, quase morre de aflição, é genial

muito obrigada por este poema

e desculpe ter comentado

beijinho

alice

alice disse...

boa noite ;)

agradeço a sua visita e palavras no meu blog

eu conheci o seu através da lista da ana maria costa

votos de bom domingo

um beijinho

alice