Alberto Giacometti
O cão da melancolia
procura qualquer coisa, põe o faro
paciente no chão
pescoço longo em baixo como uma tristeza
para pendurar as orelhas
O cão de Giacometti vê
as coisas
de barriga para baixo
O cão cabisbaixo, indiferente
a alegorias
flutua na arquitrave
dos seus ossos
O corpo leva as patas joviais.
O cão de Giacometti vê
as coisas
de barriga para baixo
O cão cabisbaixo, indiferente
a alegorias
flutua na arquitrave
dos seus ossos
O corpo leva as patas joviais.
14/2/2009
1 comentário:
Menos mal que são joviais as patas... O poema é instigante. E belo, como outros que cá estão.
Abraços...
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