Minhas mãos agora adormecem
sobre a beleza
do que descrevo
parece que a morte
as quer apertar
num punho
o meu toque já foi soberano
sobre o papel, já vi o afã
do aparo frágil sobre a folha
e o rápido movimento dos olhos
apanhar as palavras
antes da queda final.
21-2-2009
sobre a beleza
do que descrevo
parece que a morte
as quer apertar
num punho
o meu toque já foi soberano
sobre o papel, já vi o afã
do aparo frágil sobre a folha
e o rápido movimento dos olhos
apanhar as palavras
antes da queda final.
21-2-2009
1 comentário:
Apesar do adormecimento das mãos e da morte que se delas se aproxima, do torpor onde antes havia elasticidade, segurar um manuscrito comunica ainda vigor redivivo.
Ocorreu-me evocar a minha experiência. Para mim, que trabalhei crítica textual e paleografia grega, mais do que trabalho, é a delicadeza da relíquia e a analepse ao acto de escrita. O objecto, não só o texto, comunicam-no mais fortemente.
Enviar um comentário