domingo, dezembro 14, 2008

O Salmo dos Degraus


Eu vejo-os pelos ombros, cordeiros
atados nas cordas da mudez.
Aguardam a sonolência da morte.
Vão pelas sombras, curvando
a solidão nas suas costas,
sobem não tendo horizontes
senão as nuvens,
não têm poços, nem estrelas
como orvalho que entretece o céu.
Os caminhantes percorrendo os montes
tenho-os visto, pequenos
orifícios nos sapatos
que pisam caminhos sem regresso.

12/12/2008

2 comentários:

Anónimo disse...

Soberbo...

Conterrâneas saudações.

orvalhos poesia disse...

Deixou-me de lágrimas nos olhos.
Como eu desejava que tudo isto não
tivesse acontecido.