sexta-feira, março 28, 2008

A Saída

Tout s'éteignit
Le jour, la lumière interieure
René Char


Tudo se apaga
as janelas, os espelhos interiores
depois os silêncios
são varridos, gestos lentos
no tempo repetido
na sala o dia apaga-se

Fogos da alma interior
apagam-se, paixões
cadeiras, mesas regressam
à sua solidão, a sala
não respira senão a humidade
que fica nas janelas.

26-3-2008

2 comentários:

Memória transparente disse...

"Tudo se apaga
as janelas, os espelhos interiores
depois os silêncios
são varridos, gestos lentos..."

Gostei muito deste poema.

Um abraço, João.

lupuscanissignatus disse...

Intemporal...