O poeta Brissos Lino, num inédito para o Salutor, e uma releitura de Os Lusíadas com base em interessante interpelação:
O MAR NUNCA COMEÇA
“Onde a terra acaba e o mar começa.”
(Camões, Lusíadas, Canto III, 20)
Sabes, Camões,
o mar nunca começa
sempre esteve lá
muda de cor e de entranhas
correntes, temperatura,
fauna e flora
a terra não termina
transforma-se como uma mulher
da planície à montanha
do deserto à floresta
do planalto ao vale
e há terra no mar e mar na terra.
Sabes, Camões,
tudo o resto é pura ilusão
quinhentista.
16/1/10
(Brissos Lino)
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