Leste de Angola, 1969Ah quanto tempo parou
nesses teus olhos o branco
e o negro
de umas asas que não sei
aonde voam
Pomba imaculada
sentada no chão
Velam o sonho
que faz companhia
ao redemoinho dos anjos
Velam o sono com as mãos
Tocará ainda o coração
cheio de manhãs?
Ou a morte veio e roubou
o fundo
dos teus olhos?
13/12/2009
3 comentários:
Cada poema, nova pérola, pelo que extrais da imagem e pelo voo da fantasia que só a tem como pretexto, pelas dialéctica perguntas que suscita, pelo "coração cheio de manhãs", tropo metonímico que fala de esperança. Pelo todo
belo poema, a retratar a realidade das crianças de olhares parados, talvez perdidos os corações, os sentidos de vida, a cada amanhecer...
Sempre a sensibilidade em cada palavra, em cada imagem.
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