A Poesia é o assunto do Poema - Wallace Stevens . Este Blog não respeita o Acordo Ortográfico.
sábado, agosto 24, 2013
"Nove penas para Sylvia Plath"
terça-feira, agosto 20, 2013
ELEGIA DE DAVID QUANDO PERDEU UM FILHO
Se eu encostar a minha lira ao silêncio
apaziguarei a minha dor?
Decretaste, Senhor, aí em cima,
poupar a vida da criança?
Não estão nuas ainda as minhas preces?
Os meus lábios movem-se em sobressaltos
De saco e cinza me visto e na terra me deito
emerge dos meus poros a água
da tristeza e o sangue desta minha dor
que reverte ao coração
Ó meu coração isolado do mundo
Porque morreu o menino, com a mesma pureza
com que vive um pássaro
até cair da sua linha invisível do céu
A sua vida vai deixar a minha
poderei eu fazê-la voltar?
Ó pequena criatura, que foste a figuração
do meu amor inacabado
Eu um dia irei para ti, porém tu
não voltarás para mim
10/5/2013
©
quinta-feira, agosto 15, 2013
A Transfiguração
“Mas ninguém se atrevia a olhá-lo na cara,porque era semelhante à dos anjos”
Oscar Wilde
Subiu ao monte
com um rosto no qual depois o sol nasceu,a luz velando o rosto e sobre a luz
e o branco dos vestidos
os discípulos se alegraram,
o vento cantava no cume da montanha,
desceu a glória de uma nuvem
e as vozes, que traziam a certezada morte redentora, falou-se de cicatrizes
e ouviu-se a voz de Deus, que talvez trouxesse
a neve dos cabelos envolvida em lume.
9/8/2013
©
domingo, agosto 04, 2013
Depois do Dilúvio
Voltaram para casa
Noé e os filhos, para o
princípio do solo,o primeiro dia da terra com a luz
a secar as águas.
Começou Noé a plantar uma vinha
para colorir o silêncio das colinas,
e os seus pés
moveram-se no ar e riu e cambaleou
dentro de si, na alegre nudez
do seu regresso.
4/8/2013
© quinta-feira, agosto 01, 2013
O Bote
Apenas lhe ocorreu que se se afogasse seria uma pena
Stephen Crane (“O Salva Vidas”)
Já nenhum deles sabia a cor do céu
o vento levava
a negridão das nuvens aos andares celestes
as águas
eram um muro que desmoronava
como avalanche branca
Já nenhum deles ouvia o
grito
do peito das gaivotas,
nenhumdeles sentia já as feridas
nas mãos que à vida se agarravam
só com os remos
e um pressentimento.
Já nenhum
tem nos olhos a alegria da
viagemdo início à plenitude.
1/8/2013
©
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