Se eu encostar a minha lira ao silêncio
apaziguarei a minha dor?
Decretaste, Senhor, aí em cima,
poupar a vida da criança?
Não estão nuas ainda as minhas preces?
Os meus lábios movem-se em sobressaltos
De saco e cinza me visto e na terra me deito
emerge dos meus poros a água
da tristeza e o sangue desta minha dor
que reverte ao coração
Ó meu coração isolado do mundo
Porque morreu o menino, com a mesma pureza
com que vive um pássaro
até cair da sua linha invisível do céu
A sua vida vai deixar a minha
poderei eu fazê-la voltar?
Ó pequena criatura, que foste a figuração
do meu amor inacabado
Eu um dia irei para ti, porém tu
não voltarás para mim
10/5/2013
©
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