sábado, fevereiro 02, 2013

NAS ÁGUAS DO GOLFO


 Meteu as mãos dentro de si ( diz-se meter a mão na consciência) e não encontrou nada. Até iniciar a viagem às Keys, costumava falar assim:

-A minha linguagem hoje é um misto de gin tónico e añejo gelado.
- Tens de começar uma viagem para lá disso, ou os teus rins no “border line” não aguentam – disseram-lhe. Uma depuração, portanto, uma limpeza.

Ao inciar o trajecto para a última das ilhas, a Key West, iria percorrer uma autêntica linha quase recta sobre as águas. Teria de meter também as mãos dentro dos olhos e retirar todas as imagens partidas e encher-se daquela solidão, que desejava fosse um sinónimo de inocência.

2/2/2013

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