segunda-feira, agosto 23, 2010

O suicídio do Poeta

"Fugido de alguma vigia de metro, cave ou sótão,
Um lunático precipita-se para os teus parapeitos"
Hart Crane, The Bridge of Brooklyn, trad. de João de Mancelos


Atraído pelas águas lavradas
pelo rasto de prata do navio
Hart Crane brilhou
no ar
Os bicos berrantes
das gaivotas ensaiavam
No Golfo do México
cortaram o espaço
entre as nuvens e a espuma
O dia derradeiro
Crane tomou-o nos seus braços.

28/7/2010

2 comentários:

hfm disse...

Da concepção às imagens - perfeito!

Anónimo disse...

Um excelente poema! Parabéns! J. Mancelos