terça-feira, outubro 27, 2009

África

Sem sapatos, os pés na terra
descalça, sem camisa
sem a negrura
dos problemas da alma

Com o coração forte
como a corrida do antílope
com uma casa de vento
capim e barro

Sentada à porta fumando
a fogueira foge
para o rotundo silêncio
no seu mover lento

Aos seus pés insectos mortos
descem até ser pó
e a atmosfera cheira
mudando de lugar

e nas tuas mãos
a terra gretada, os teus dedos
adormecem os cabelos
dos teus filhos.

24/10/2009
Publicado como inédito no blog A Ovelha Perdida

1 comentário:

hfm disse...

Belíssimo!