Tosse
como o último ruído
da ligação ao mundo
Com seus gestos de pescador
à linha
enche os braços de ar
fixa o silêncio
como se esperasse de uma fonte
a cristalina música da água
Não vemos, mas pensa em cada
um dos instrumentos
e estende os braços
Depois os olhos e ouvidos
seguem-no, as mãos
do tamanho da infinita mão
escutam-se, sonoras
vão desvelando
a música.
2 comentários:
João um poeta também é um maestro que nos transporta para uma plateia semi-escura e confortável. depois do barulho das palavras vem o silêncio e o teu respirar devagar penetra-nos nos sentidos como uma batuta.
uma candura de poema.
palmas ao poeta maestro.
Gostei imenso deste trabalho, uma "condução" no braços da Poesia.
Beijinho, João.
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