sexta-feira, janeiro 12, 2007

O Condutor

Tosse
como o último ruído
da ligação ao mundo

Com seus gestos de pescador
à linha
enche os braços de ar

fixa o silêncio
como se esperasse de uma fonte
a cristalina música da água

Não vemos, mas pensa em cada
um dos instrumentos
e estende os braços

Depois os olhos e ouvidos
seguem-no, as mãos
do tamanho da infinita mão

escutam-se, sonoras
vão desvelando
a música.

2 comentários:

Anónimo disse...

João um poeta também é um maestro que nos transporta para uma plateia semi-escura e confortável. depois do barulho das palavras vem o silêncio e o teu respirar devagar penetra-nos nos sentidos como uma batuta.

uma candura de poema.

palmas ao poeta maestro.

Memória transparente disse...

Gostei imenso deste trabalho, uma "condução" no braços da Poesia.

Beijinho, João.