sexta-feira, novembro 10, 2006

La Puerta, de Gabriel Celaya

LA PUERTA

Me he parado, pequeño, ante la enorme puerta
de madera oscura, com bronces historiados.
Debo llamar? Debo esperar? Debo algo?
Parece que sí. No sé. Quizá recuerdo
al niño que trataba de llegar a la aldaba.
Yo tampoco llego, de puntillas, ni en sueños.
Y de pronto la puerta se abre lentamente,
despacio, con el leve chirrido de cien siglos,
y muestra ante mí, ansioso, de par en par, cuadrado,
un espejo de plata, y en él, quien no conozco.

1968

A PORTA

Não continuei, ínfimo ante a porta enorme
de madeira obscura, com bronzes entalhados.
Devo chamar? Devo esperar? Fazer o quê?
Parece que sim. Não sei. Então recordo
o menino que se aplicava para chegar ao trinco.
Tão-pouco chego, nem por sonhos em bicos dos pés.
E logo a porta se abre lentamente,
sem peso, com um leve chiar de cem séculos,
e põe diante de mim, ansioso, um quadro amplo
um espelho de prata, e nele quem não conheço.

(Trad. J.T.Parreira)

Bom fim de semana!

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