A Poesia é o assunto do Poema - Wallace Stevens . Este Blog não respeita o Acordo Ortográfico.
sexta-feira, setembro 30, 2005
James Dean
A distante tradição clássica ditava que os deuses amavam aqueles que morriam jovens, porque era o absoluto a sua medida.
Esta convicção foi introduzida, posteriormente, na prosa estética por Fernando Pessoa, quando chorou a morte do amigo Mário de Sá-Carneiro:
«Morrem jovens os que os Deuses amam, é um preceito da sabedoria antiga».
quinta-feira, setembro 29, 2005
Poema
Las cosas permanecerán aí para
Siempre. Nada
Se quebrantará. Ningún
Árbol. Ninguna
Hoja de hierba seguirá
Ahí. Ninguna
Cosa salvo
Las azules rocas
Que inundarán el valle donde yo
Duermo.
Las cosas quedarán in
Tactas.
Las cosas quedarán sin
Romper.
Ningún acto será infringido. Ninguna
Cosa escapará y ninguna
Persona revocará sus ideias y ningún
Ser se sentirá apesadumbrado. Ningún
Árbol. Ninguna
Hoja de hierba
Estará presente para
Asistir al
Acontecimiento.
in Poemas 1926-1977, Colección Visor de Poesia
Edição e tradução de Antonio Merino y Miguel Arisa
Boa tarde!
AFIRMAÇÃO
Nada, jamais, será capaz de separar-nos do amor de Deus.
Paulo de TarsoNem a fome, nem a espada, nem a morte
o vento que detém o pássaro
na árvore, o ar severo
de um céu de nuvens
nem as palavras dos dias maus
o mar com seu coração
acelerado sobre as terras
tão-pouco a tempestade
escondendo as cores aos olhos dos homens
nada me impedirá de caminhar
de braço dado contigo
ou me separará do bater
divino do teu peito
nem um pequeno rumor de rio sem corrente
nem que o sol me ignore ou pese em mim
como pedra incandescente.
12.5.93
in Contagem de Estrelas, Lisboa, 1996
quarta-feira, setembro 28, 2005
The Fire that sleeps
Bom dia!
POESIA DE JACOB DEPOIS DO SONHO
.Mas despois deste sonho sou obrigado a cantar
Ruy Belo
Mas depois deste sonho sou obrigado a cantar.
Tanto trabalho para erguer riquezas
gados inúmeros à espera das tardes
ovelhas agitando o chão.
Depois deste sonho sou obrigado a mudar
o coração, caminhar sozinho
pelo terrível chão
o Senhor brande sem vento este lugar.
E depois deste sonho, as planícies
em Canaã e um pássaro em cada
ramo das minhas árvores.
3.8.95
terça-feira, setembro 27, 2005
Boa noite!
Tentei escrever o PARAÍSO.
Não se mova
Deixe falar o vento
esse é o paraíso.
Deixe os Deuses perdoarem
o que eu fiz
Deixe aqueles que eu amo tentarem perdoar
o qu eu fiz.
in The Cantos, de Ezra Pound.
(Versão de José Lino Grunewald, Editora Nova Fronteira, 1986)
Referentes de Religião nos Ateísmos de «O Estrangeiro»
Afinidades Literárias no Metropolitano
http://atuleirus.weblog.com.pt/arquivo/dos_leitores
Bom dia!
Escuto. Mas o uivar dos lobos não me assusta.
Nem o rumor do vento
poque o meu olhar se me alonga
para os pastos verdejantes
e águas tranquilas.
O bardo onde vivo refrigera-me
(já nem sei o que sejam veredas errantes).
A lã de que sou vestido é branca,
e só de alegria o peito me salta
porque a mesa em que me sento é farta
e os meus inimigos se espantam comigo.
Brissos Lino, in Antologia da Nova Poesia Evangélica
Rio de Janeiro, 1977
segunda-feira, setembro 26, 2005
Boa noite!
A luz aguardava atrás da sua boca.
Falou, falou palavras cujas coisas
só couberam nos seus lábios.
Dia, chamou Deus à luz, e às trevas,
Noite. Moveu o vento, separou as águas
e ouviu-se o firmamento
desenrolar-se azul.
(*) in Boletim da Associação Nacional de Escritores, nº 58, Jan/Fev 2002,Brasília
The Waste Land
Em todo o caso, é nesses fragmentos da Cultura ocidental que T.S.Eliot afirma apoiar-se, e di-lo explicitamente no 430º verso: «Com estes fragmentos escorei as minhas ruínas»(*)
(*) A Terra Sem Vida, Edições Ática, 1ª edição, s/d, Trad. de Maria Amélia Neto
THE WASTED LAND
Here is no water but only rock.
T.S.Eliot (n.26-9-1888, m. 1965)Neste lugar de biliões de habitantes
doentes à beira do espaço
neste lugar o salto
é para dentro da morte
Enquanto metade dorme
na outra há a hora de ponta
para levantar das nuvens
o corpo levado nos sonhos
Neste lugar de biliões de habitantes
no princípio talvez não fosse
preciso ter sono azul
para ninar sofrimentos sujos
Houve tempo em que os habitantes
quase de nada sabiam
e era solução ser puro
como o retrato dos anjos.