Sentávamo-nos junto aos muros do gueto de Varsóvia
e chorávamos com uma estrela ao peito, nas sombras
dos casacos rotos, pensando
que éramos o povo escolhido. Deus
estava em Jerusalém e lá pendurámos nossas preces.
Os que nos tinham feiro prisioneiros pediam-nos
que cantássemos com a nossa boca
cheia de pão negro, aqueles que nos haviam de destruir
queriam a nossa alegria. Mas como era possível
que entoássemos outro cântico senão um kaddish
pelos mortos? O canto do Senhor em terra estranha.
Se tu, Senhor, te esqueceres de nós, seremos harpas
partidas e as nossas cinzas voarão pelos ares
como um silêncio.
10-10-2015
©
1 comentário:
Muito interessante... Gostei!!!
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