A Poesia é o assunto do Poema - Wallace Stevens . Este Blog não respeita o Acordo Ortográfico.
segunda-feira, março 28, 2011
Ondas Alterosas
Ondas alterosas são altas montanhas
prenhes de neve e mistério
guardam no bojo segredos
e ressoam como os canhões
de Neptuno
sem fogo nem espuma
enrolam o momento
como uma torta de algas
e brincam às escondidas com o sol
e os peixes.
25/3/11
Poema inédito de Brissos Lino
sábado, março 19, 2011
Mulher sentada entre flores
Mulher sentada entre flores
O teu rosto entrega-me a paz
redonda doçura entre cabelos
quando cerras os olhos
fico fechado dentro deles
nas tuas mãos
cruzadas mãos trabalhadoras
tropeça a minha ternura
sozinha
tens o sol do teu lado
como um muro de ouro
por onde o sonho se atravessa
e fico em silêncio contigo.
18/3/2011
O teu rosto entrega-me a paz
redonda doçura entre cabelos
quando cerras os olhos
fico fechado dentro deles
nas tuas mãos
cruzadas mãos trabalhadoras
tropeça a minha ternura
sozinha
tens o sol do teu lado
como um muro de ouro
por onde o sonho se atravessa
e fico em silêncio contigo.
18/3/2011
terça-feira, março 15, 2011
O Pincel de Picasso
Vejo no pincel de Velázquez
a luz branca que penteia
os cabelos das Meninas
como vejo no pincel de Picasso
como vivem
Les Demoiselles d' Avignon
Não como no pincel de Van Gogh
onde nem sempre os amarelos
são alegrias puras
No pincel de Arles vejo
a dança do vento
na anatomia dos trigos
e o sol que se estende
nas pétalas dos girassóis
e a morte que parte o céu
vejo no pincel de Van Gogh
os corvos e auto-retratos
despenteando o silêncio.
15/3/2011
a luz branca que penteia
os cabelos das Meninas
como vejo no pincel de Picasso
como vivem
Les Demoiselles d' Avignon
Não como no pincel de Van Gogh
onde nem sempre os amarelos
são alegrias puras
No pincel de Arles vejo
a dança do vento
na anatomia dos trigos
e o sol que se estende
nas pétalas dos girassóis
e a morte que parte o céu
vejo no pincel de Van Gogh
os corvos e auto-retratos
despenteando o silêncio.
15/3/2011
domingo, março 13, 2011
Aquário
Posso ver o silêncio dentro
através do vidro, vai apertando as vozes
até ao murmúrio
no silêncio bóiam dentro da luz
nocturnos rostos
com mais uma noite às costas
eu acho que sei o que é o silêncio
nos olhares à espera do sono
nas mãos que, por vezes, compõem
o sorriso que pende da flor dos lábios.
8/3/2011
Sobre "Nighthawks", de Edward Hopper
através do vidro, vai apertando as vozes
até ao murmúrio
no silêncio bóiam dentro da luz
nocturnos rostos
com mais uma noite às costas
eu acho que sei o que é o silêncio
nos olhares à espera do sono
nas mãos que, por vezes, compõem
o sorriso que pende da flor dos lábios.
8/3/2011
Sobre "Nighthawks", de Edward Hopper
terça-feira, março 08, 2011
Noite
é redonda a face larga da noite
e as suas asas
porque tem asas,
ou ela não escaparia
à apreensão à estreiteza dos abraços
resistente aos meus olhos
como o mar aos penhascos
e sobre a areia desenhando sulcos
a noite está só e tem só
o que o silêncio lhe empresta
como fome voraz que tudo devorou
tudo menos
o espanto hirsuto do poeta
5/03/11
Inédito de Rui Miguel Duarte
e as suas asas
porque tem asas,
ou ela não escaparia
à apreensão à estreiteza dos abraços
resistente aos meus olhos
como o mar aos penhascos
e sobre a areia desenhando sulcos
a noite está só e tem só
o que o silêncio lhe empresta
como fome voraz que tudo devorou
tudo menos
o espanto hirsuto do poeta
5/03/11
Inédito de Rui Miguel Duarte
sábado, março 05, 2011
Silêncio, poema de Billy Collins
Há o súbito silêncio da multidão
sobre o jogador imóvel no estádio,
e o silêncio da orquídea.
O silêncio do jarrão caindo
antes de se dividir no solo,
o silêncio do cinto enquanto não bate no menino.
O sossego do copo e da água dentro dele,
o silêncio da lua
e a quietude do dia longe do estrondo do sol.
O silêncio quando estou contigo no meu peito,
o silêncio da janela que pode espreitar-nos,
e o silêncio quando te levantas e te afastas.
E eis o silêncio desta manhã
que parti com a minha esferográfica,
um silêncio acumulado toda a noite
como a neve que cai na sombra da casa -
o silêncio antes de ter escrito uma palavra
e agora o mais pobre dos silêncios.
Trad. J.T.Parreira
quarta-feira, março 02, 2011
O Palhaço
“O palhaço é um poeta em acção.”
(Henry Miller, O sorriso aos pés da escada)
Ar de menino desajeitado
pernas frouxas
pés que caminham para sítios diferentes
a perguntar emoções
assim vai o poeta da flor amarela
no chapéu minúsculo
pendura um sorriso rasgado
no rosto triste
quer fazer feliz a criança que nos habita
desde sempre
mesmo quando no fim do espectáculo
ressoam palmas
e murmúrios de troça.
1/3/11
Brissos Lino
(Henry Miller, O sorriso aos pés da escada)
Ar de menino desajeitado
pernas frouxas
pés que caminham para sítios diferentes
a perguntar emoções
assim vai o poeta da flor amarela
no chapéu minúsculo
pendura um sorriso rasgado
no rosto triste
quer fazer feliz a criança que nos habita
desde sempre
mesmo quando no fim do espectáculo
ressoam palmas
e murmúrios de troça.
1/3/11
Brissos Lino
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