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Há o súbito silêncio da multidão
sobre o jogador imóvel no estádio,
e o silêncio da orquídea.
O silêncio do jarrão caindo
antes de se dividir no solo,
o silêncio do cinto enquanto não bate no menino.
O sossego do copo e da água dentro dele,
o silêncio da lua
e a quietude do dia longe do estrondo do sol.
O silêncio quando estou contigo no meu peito,
o silêncio da janela que pode espreitar-nos,
e o silêncio quando te levantas e te afastas.
E eis o silêncio desta manhã
que parti com a minha esferográfica,
um silêncio acumulado toda a noite
como a neve que cai na sombra da casa -
o silêncio antes de ter escrito uma palavra
e agora o mais pobre dos silêncios.
Trad. J.T.Parreira
1 comentário:
Ainda pouco conhecido por aqui, mas um grande poeta contemporâneo.
Que belas imagens este poema evoca.
Abraço
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