Génesis 1:24
Não há evolução das espécies
Não o digas ao poeta
de olhar pendurado da dor da aurora
e da expectação de um voo de pássaro
ele dir-te-á
que o poema é filho
da sua uranografia
enteado do temor de que
o seu coração ganhe asas
e se volatilize, porque é no peito
que ele é dado à luz
como se fosse
o último e o único
na sua espécie e género
como única e última
é a dor
cada dor que lhe espinha a carne
Não há evolução das espécies
cada uma é gerada da boca do poeta
digna de ser aclamada
por uma nova e última e única
salva de palmas
18/06/10
(Inédito do poeta residente Rui Miguel Duarte)
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