sexta-feira, abril 02, 2010

Farol da Barra como espada que corta a noite

Farol da Barra, postal década de 70


“Faróis? São os gumes
da espada
que corta a noite”
J. T. Parreira, in “O que disse p poeta a propósito de faróis”

Uma noite após outra
cadente em gomos
das gavetas do breu
observamos como
a espada de luz
do farol
corta e disseca

longe lá longe
emergindo na distância
sobre a côdea
escura do mar
a ponta da espada
resvala a passagem
dos navios

e nós,
como gotas aspergidas
de espuma do mar
ou como pingos
de noite
à sombra da altura
do farol
sentados na praia

30/03/10

(Rui Miguel Duarte)

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