Penetrar sem ruído numa fresta
da janela
e incendiar os olhos de uma
mulher adormecida
Numa rosa fogo
que arde numa jarra
os olhos do intruso
pulverizam os espinhos
Estranhos ao quarto
penetram os seus raios
e tocam e tropeçam
diante do amor
como frágeis pernas de ternura.
28-11-2009
A Poesia é o assunto do Poema - Wallace Stevens . Este Blog não respeita o Acordo Ortográfico.
domingo, novembro 29, 2009
sábado, novembro 28, 2009
El fin de la poesia: Babelia
El fin de la poesía
Historia y complicaciones de la guerrilla desde 1950 al siglo XXI.
Ler no El País, no Babelia
Historia y complicaciones de la guerrilla desde 1950 al siglo XXI.
Ler no El País, no Babelia
terça-feira, novembro 24, 2009
Barcos contra a corrente
segunda-feira, novembro 23, 2009
Há escuridões, um inédito
José Rodrigues, Cego Rabequista
Há escuridões
pontilhadas de estrelas
abóbadas negras que reflectem
uma luz incontida
prenhe de vida
formas sonoras
com cores por dentro
há escuridões que pressentem
a beleza mais pura
despojada de sombras
há escuridões que desafiam
uma retina triste
mal habituada
há escuridões mais claras
que o Sol do meio dia.
20/11/09
Há escuridões
pontilhadas de estrelas
abóbadas negras que reflectem
uma luz incontida
prenhe de vida
formas sonoras
com cores por dentro
há escuridões que pressentem
a beleza mais pura
despojada de sombras
há escuridões que desafiam
uma retina triste
mal habituada
há escuridões mais claras
que o Sol do meio dia.
20/11/09
(Brissos Lino)
sábado, novembro 21, 2009
Miss Daisy
"Olha, Daisy: quando eu morrer tu hás-de..."
Álvaro de Campos
Daisy, quando for a hora do chá
Tu hás-de erguer a chávena
À altura dos lábios, dizer
Um sopro leve, ciciado
Mas agreste como as
Rugas que persegues no espelho
Tu hás-de ir
Lentamente sorvendo o silêncio
Desse chá, enquanto olhas
Quem entra no salão
Pé ante pé com passos de milord
Daisy tu hás-de querer
Desesperadamente que ele olhe
E que diga palavras de outrora
Antigas, que te disseram outros lordes.
21-11-2009
Álvaro de Campos
Daisy, quando for a hora do chá
Tu hás-de erguer a chávena
À altura dos lábios, dizer
Um sopro leve, ciciado
Mas agreste como as
Rugas que persegues no espelho
Tu hás-de ir
Lentamente sorvendo o silêncio
Desse chá, enquanto olhas
Quem entra no salão
Pé ante pé com passos de milord
Daisy tu hás-de querer
Desesperadamente que ele olhe
E que diga palavras de outrora
Antigas, que te disseram outros lordes.
21-11-2009
quarta-feira, novembro 18, 2009
Os salgueiros inclinados
The sky's as deep as it can be
Bend down the branches
Tom Waits
Eles dirigem os seus ramos para o chão
Também fomos feitos para dobrar
E o céu é tão profundo como poderá ser
o nosso olhar, mesmo fechado
O olhar vê os ramos inclinados
e então por eles subimos
pelos olhos até ao mais
longínquo céu, mas curvemos
nossos ramos, deixemos as gotas
do rio baloiçar no vento
que canta a altivez
humilde dos salgueiros.
25-10-2009
segunda-feira, novembro 16, 2009
Heródoto, História e Poética
No Helesponto, Xerxes
“Assim que viu o Helesponto inteiro recoberto de navios, todas as suas margens e as planícies de Abidos cheias dos seus homens, Xerxes considerou-se a si próprio afortunado, mas em seguida chorou.”
Heródoto, Histórias VII, 45
Do alto do meu trono
o meu olhar voa de mim
e entrelaça as duas margens
desta passagem
do Helesponto para a Hélade,
pequena janela que se abre imensa
para a promessa de glória
O meu olhar plana então
sobre estas plagas e campinas
atapetadas de milhões de navios cavalos e homens
que, pintados das todas as nações da Ásia e do Egipto
e estampados do brilho do aço das armas,
eriçam os estandartes em saudação à minha glória
à glória do Divino Príncipe da Pérsia
De dentro da voz de júbilo
decreto que eu, Xerxes, sou mais do que abençoado
Mas para além de até aonde pode o olhar adejar
não descortino toda a terra, nem possuo todo o mar
Há um aviso um arrepio um pio de pássaro
O meu olhar foi finalmente visto
regressar à sua morada e decantar em lágrimas
este estreito tão estreito que me aperta a traqueia
Pois não há reis
que ocasionalmente se não prostrem
à enfermidade e à dor
também eles contam a terra e as pedras
com que têm coberto os seus amados
Rompendo a janela da minha glória
o meu olhar abre a porta da vertigem
mais funestamente desejada do que todo o ouro
a vertigem altaneira
da morte
No meu espírito fala
uma voz dalém das orlas do tempo
Lê um epitáfio inscrito num mausoléu:
“Aqui jaz Xerxes da Pérsia Rei dos reis
no Olimpo anelou o Hades
foi a primeira flor nascida da Primavera
por mão ceifada em pleno Verão
conquistador da terra
hoje servo debaixo dela.”
E prossegue:
“Cem anos e destes milhões
só se contarão as areias das praias
serão meros pontilhados numa tela
tinta fresca na pena de um contador de histórias.”
12/11/09
(Rui Miguel Duarte)
sábado, novembro 14, 2009
Uma revisitação de Florbela Espanca
A Poética de uma vida trágica
As várias estéticas de Florbela, da morte, das rendas de Veneza à estética do erotismo.
Aqui em A Ovelha Perdida.
(Carlos Botelho)
As várias estéticas de Florbela, da morte, das rendas de Veneza à estética do erotismo.
Aqui em A Ovelha Perdida.
(Carlos Botelho)
quinta-feira, novembro 12, 2009
Um Kafka borgiano
Kafka borgiano, em 1938, a editorial losada de buenos aires publicou uma coletânea de kafka, chamada la metamorfosis, com prefácio e tradução de jorge luis borges.
Aqui, em "não gosto de pelágio", na íntegra, da amiga Denise Bottmann
«Durante quase quarenta anos, tomou-se a tradução da novela como se de borges realmente fora. mas, em 1974, fernando sorrentino publica Siete conversaciones con Jorge Luis Borges, onde consta o seguinte diálogo:
"F.S.: Me pareció notar en su versión de La metamorfosis, de Kafka, que usted difiere de su estilo habitual…
J.L.B.: Bueno: ello se debe al hecho de que yo no soy el autor de la traducción de ese texto. Y una prueba de ello - además de mi palabra - es que yo conozco algo de alemán, sé que la obra se titula Die Verwandlung y no Die Metamorphose, y sé que hubiera debido traducirse como La transformación. Pero, como el traductor francés* prefirió - acaso saludando desde lejos a Ovidio - La métamorphose, aquí servilmente hicimos lo mismo. Esa traducción ha de ser - me parece por algunos giros - de algún traductor español. Lo que yo sí traduje fueron los otros cuentos de Kafka que están en el mismo volumen publicado por la editorial Losada. Pero, para simplificar - quizá por razones meramente tipográficas -, se prefirió atribuirme a mí la traducción de todo el volumen, y se usó una traducción acaso anónima que andaba por ahí."
* referindo-se a vialatte, cuja tradução fora publicada pela gallimard em 1928.».
Aqui, em "não gosto de pelágio", na íntegra, da amiga Denise Bottmann
«Durante quase quarenta anos, tomou-se a tradução da novela como se de borges realmente fora. mas, em 1974, fernando sorrentino publica Siete conversaciones con Jorge Luis Borges, onde consta o seguinte diálogo:
"F.S.: Me pareció notar en su versión de La metamorfosis, de Kafka, que usted difiere de su estilo habitual…
J.L.B.: Bueno: ello se debe al hecho de que yo no soy el autor de la traducción de ese texto. Y una prueba de ello - además de mi palabra - es que yo conozco algo de alemán, sé que la obra se titula Die Verwandlung y no Die Metamorphose, y sé que hubiera debido traducirse como La transformación. Pero, como el traductor francés* prefirió - acaso saludando desde lejos a Ovidio - La métamorphose, aquí servilmente hicimos lo mismo. Esa traducción ha de ser - me parece por algunos giros - de algún traductor español. Lo que yo sí traduje fueron los otros cuentos de Kafka que están en el mismo volumen publicado por la editorial Losada. Pero, para simplificar - quizá por razones meramente tipográficas -, se prefirió atribuirme a mí la traducción de todo el volumen, y se usó una traducción acaso anónima que andaba por ahí."
* referindo-se a vialatte, cuja tradução fora publicada pela gallimard em 1928.».
quarta-feira, novembro 11, 2009
Uma pequenina luz
Uma pequenina luz bruxuleante
Jorge de Sena
Uma pequenina luz ao longe
levíssima toca
a íris dos meus olhos, está lá
franca, límpida e sensível
à clara neblina
não é ainda a prata da aurora
Uma pequenina leve
luz de longe
faz um buraco na treva
Avoluma-se e vem
como o dia desejado, o chão
que nos enche sob os pés
este vazio
Não é abismo, essa luz
pequenina luz ao longe
é um pequeno resíduo
de humanidade
é uma estrela, a alva
espuma de uma praia
não é ainda o mar, nem o azul
é uma pequenina leve luz
de longe a despertar-nos.
9-11-2009
Jorge de Sena
Uma pequenina luz ao longe
levíssima toca
a íris dos meus olhos, está lá
franca, límpida e sensível
à clara neblina
não é ainda a prata da aurora
Uma pequenina leve
luz de longe
faz um buraco na treva
Avoluma-se e vem
como o dia desejado, o chão
que nos enche sob os pés
este vazio
Não é abismo, essa luz
pequenina luz ao longe
é um pequeno resíduo
de humanidade
é uma estrela, a alva
espuma de uma praia
não é ainda o mar, nem o azul
é uma pequenina leve luz
de longe a despertar-nos.
9-11-2009
segunda-feira, novembro 09, 2009
Ich bin ein Berliner
O muro teve sempre uma brecha
tinha um buraco
à espera de um coração, só os olhos
do sonho passavam, só as palavras
murmuradas, feridas
passavam para lá do betão
armado pelos bárbaros
cairia
pela mão de um Davi
O muro sempre teve um buraco
à espera de um nome
John F.Kennedy.
9/11/2009
Editado também no blog Ab-Integro
domingo, novembro 08, 2009
Carta do Canadá sobre um certo Nobel português
Via A Ovelha Perdida
Seguramente, foi em 1959 que assentei arraiais na Brasileira do Chiado, no grupo pontificado por Tomaz de Figueiredo, Jorge Barradas, Abel Manta e Almada-Negreiros, onde fui dar pela mão de artistas plásticos cujo vasto atelier passou a ser, também, meu poiso habitual. Meu de muitas outras pessoas.
Em tardes de inverno, com a lareira acesa e tomando chá, por ali passava a dizer poemas Vasco Lima Couto e, a inundar o espaço com a sua voz inesquecível, Eunice Muñoz. Gente do teatro, do cinema, da música, das artes plásticas, do jornalismo, das letras, ali conviviam com serenidade e gosto.
A escritora Isabel da Nóbrega começou a ser habitual e depressa se tornou uma amiga dos donos do atelier. Senhora de bom berço e fino trato, inteligente e culta, bem instalada na vida, caíu numa cilada do demónio. Apaixonou-se por um zé ninguém, nem sequer bonito, muito menos simpático e bem educado, que olhava tudo e todos de nariz empinado, numa pseudo-superioridade de quem tem contas a ajustar com a vida, quezilento e muito chato. Falava como um pregador de feira e era intragável. Mas, em atenção à Isabel, lá íamos aturando o José Saramago.
Para mim, que sou péssima, foi ponto assente: aquele não a ia fazer limpa, era um depósito de ódio recalcado. Foi por isso que não me admirei nada quando o vi director do Diário de Notícias, a mando do Partido Comunista, onde, da noite para o dia, lançou ao desemprego 24 jornalistas, dos da velha escola, dos que escrevem com pontos e vírgulas, deixando-os, e às famílias, sem pão. Tambem não fiquei minimamente surpreendida quando soube que abandonou Isabel da Nóbrega, que tanto fez por ele, para alvoroçadamente casar com uma espanhola que foi freira e tem vastos conhecimentos no mundo da política e das letras. Para mim, estava tudo a condizer com a figura.
Cá de longe soube que publicava livros e vendia muito. Não me aqueceu nem arrefeceu, porque nunca li nada escrito por ele nem tenciono perder tempo com isso. Não me apetece, e está tudo dito. Nem o Nobel que lhe deram me impressionou, porque já vi o Nobel ser dado sem critério algumas vezes. Acho mesmo que o prémio está a ficar muito por baixo.
E agora, o homenzinho da Golegã a chamar nomes a Deus, a insultar a Bíblia nuns raciocínios primários de operário em roda de tasca. Dizem que o fez por golpe publicitário. Talvez. Acho que é capaz disso e de muito mais. No entanto, creio que, no meio do aranzel, apenas houve uma pessoa que lhe fez o diagnóstico certo: António Lobo Antunes, numa magistral entrevista dada à RTP, há dias, respondeu a Judite de Sousa, que o interrogava sobre as tiradas de Saramago, que essas vociferações contra Deus lhe tinham feito medo. E adiantou: “tenho medo de chegar à idade dele assim, sem senso crítico”. Está tudo dito. É mais um como há tantos anciãos de tino perdido em Portugal. É deixá-lo andar. A mim tanto se me dá.
Fernanda Leitão
(Colaboração de Rui Serodio)
Seguramente, foi em 1959 que assentei arraiais na Brasileira do Chiado, no grupo pontificado por Tomaz de Figueiredo, Jorge Barradas, Abel Manta e Almada-Negreiros, onde fui dar pela mão de artistas plásticos cujo vasto atelier passou a ser, também, meu poiso habitual. Meu de muitas outras pessoas.
Em tardes de inverno, com a lareira acesa e tomando chá, por ali passava a dizer poemas Vasco Lima Couto e, a inundar o espaço com a sua voz inesquecível, Eunice Muñoz. Gente do teatro, do cinema, da música, das artes plásticas, do jornalismo, das letras, ali conviviam com serenidade e gosto.
A escritora Isabel da Nóbrega começou a ser habitual e depressa se tornou uma amiga dos donos do atelier. Senhora de bom berço e fino trato, inteligente e culta, bem instalada na vida, caíu numa cilada do demónio. Apaixonou-se por um zé ninguém, nem sequer bonito, muito menos simpático e bem educado, que olhava tudo e todos de nariz empinado, numa pseudo-superioridade de quem tem contas a ajustar com a vida, quezilento e muito chato. Falava como um pregador de feira e era intragável. Mas, em atenção à Isabel, lá íamos aturando o José Saramago.
Para mim, que sou péssima, foi ponto assente: aquele não a ia fazer limpa, era um depósito de ódio recalcado. Foi por isso que não me admirei nada quando o vi director do Diário de Notícias, a mando do Partido Comunista, onde, da noite para o dia, lançou ao desemprego 24 jornalistas, dos da velha escola, dos que escrevem com pontos e vírgulas, deixando-os, e às famílias, sem pão. Tambem não fiquei minimamente surpreendida quando soube que abandonou Isabel da Nóbrega, que tanto fez por ele, para alvoroçadamente casar com uma espanhola que foi freira e tem vastos conhecimentos no mundo da política e das letras. Para mim, estava tudo a condizer com a figura.
Cá de longe soube que publicava livros e vendia muito. Não me aqueceu nem arrefeceu, porque nunca li nada escrito por ele nem tenciono perder tempo com isso. Não me apetece, e está tudo dito. Nem o Nobel que lhe deram me impressionou, porque já vi o Nobel ser dado sem critério algumas vezes. Acho mesmo que o prémio está a ficar muito por baixo.
E agora, o homenzinho da Golegã a chamar nomes a Deus, a insultar a Bíblia nuns raciocínios primários de operário em roda de tasca. Dizem que o fez por golpe publicitário. Talvez. Acho que é capaz disso e de muito mais. No entanto, creio que, no meio do aranzel, apenas houve uma pessoa que lhe fez o diagnóstico certo: António Lobo Antunes, numa magistral entrevista dada à RTP, há dias, respondeu a Judite de Sousa, que o interrogava sobre as tiradas de Saramago, que essas vociferações contra Deus lhe tinham feito medo. E adiantou: “tenho medo de chegar à idade dele assim, sem senso crítico”. Está tudo dito. É mais um como há tantos anciãos de tino perdido em Portugal. É deixá-lo andar. A mim tanto se me dá.
(Colaboração de Rui Serodio)
sábado, novembro 07, 2009
Vergílio Canta Eneias
“Tão difícil empresa era fundar o povo romano.”
(Vergílio, Eneida, I)
Na esteira dos Gregos
que acabam por invadir a cidade
em sonho e vinho sepultada
repelido pelos Fados
e as insídias dos Dánaos
Vergílio canta Eneias
e dá à luz os latinos
por vontade dos deuses supernos
depois de Tróia
violada por um cavalo
semelhante a uma montanha
prenhe de Aqueus
já só resta partir
e refundar o sonho
enquanto o céu der pasto
aos astros.
2/11/09
Inédito do meu amigo poeta Brissos Lino para este Blog.
(Vergílio, Eneida, I)
Na esteira dos Gregos
que acabam por invadir a cidade
em sonho e vinho sepultada
repelido pelos Fados
e as insídias dos Dánaos
Vergílio canta Eneias
e dá à luz os latinos
por vontade dos deuses supernos
depois de Tróia
violada por um cavalo
semelhante a uma montanha
prenhe de Aqueus
já só resta partir
e refundar o sonho
enquanto o céu der pasto
aos astros.
2/11/09
Inédito do meu amigo poeta Brissos Lino para este Blog.
quarta-feira, novembro 04, 2009
Nos campos do holocausto
Havia no ar chaminés
que demoravam a deitar fora
o fogo das cinzas, fumos
que não tocavam as narinas com incenso
Eram sonhos, inocências
plumas da alma
Havia chaminés que se erguiam
no azul sobre os campos, elevavam
como chaminés de fábrica
as suas próprias nuvens
Por entre florestas
de abetos ou salgueiros
chaminés ao fundo de portões
que prometiam asas.
que demoravam a deitar fora
o fogo das cinzas, fumos
que não tocavam as narinas com incenso
Eram sonhos, inocências
plumas da alma
Havia chaminés que se erguiam
no azul sobre os campos, elevavam
como chaminés de fábrica
as suas próprias nuvens
Por entre florestas
de abetos ou salgueiros
chaminés ao fundo de portões
que prometiam asas.
Outubro 2009
terça-feira, novembro 03, 2009
GPA e Jorge de Sena
segunda-feira, novembro 02, 2009
No Éden
Poema inédito enviado por Rui Miguel Duarte
Para aqueles que frequentam o jardim
o mundo está sempre a florescer
Longe de mim diminuir o louvor"
José Tolentino Mendonça, in "Sintra, antiga Estalagem da Raposa"
Aqueles que frequentam o jardim
fazem de cada pétala a sua casa
em cada cor reflectem as luzes da cidade
em cada olor se lavam da poeira das estradas.
A sombra das árvores é o seu deleite.
Se se sentam nos bancos, é para que
os ouvidos fiquem atentos
ao salmo dos pássaros
e do rumor das folhas.
No jardim o tempo não tem fronteiras,
não há sebes,
nele deixa o infinito o seu lastro.
Longe de mim romper
a fina membrana do silêncio
longe de mim permitir que
a perene florescência
do mundo, que para eles é o jardim,
deixe de entoar o devido salmo do louvor.
1/11/09
(Rui Miguel Duarte)
Para aqueles que frequentam o jardim
o mundo está sempre a florescer
Longe de mim diminuir o louvor"
José Tolentino Mendonça, in "Sintra, antiga Estalagem da Raposa"
Aqueles que frequentam o jardim
fazem de cada pétala a sua casa
em cada cor reflectem as luzes da cidade
em cada olor se lavam da poeira das estradas.
A sombra das árvores é o seu deleite.
Se se sentam nos bancos, é para que
os ouvidos fiquem atentos
ao salmo dos pássaros
e do rumor das folhas.
No jardim o tempo não tem fronteiras,
não há sebes,
nele deixa o infinito o seu lastro.
Longe de mim romper
a fina membrana do silêncio
longe de mim permitir que
a perene florescência
do mundo, que para eles é o jardim,
deixe de entoar o devido salmo do louvor.
1/11/09
(Rui Miguel Duarte)
Subscrever:
Mensagens (Atom)