Eu não sei ler, mas leio com as palavras
Que eu quiser.
Invento
tudo o que leio.
(Baseado nas palavras da minha neta Bianca Tomaz, 4 anos)
A Poesia é o assunto do Poema - Wallace Stevens . Este Blog não respeita o Acordo Ortográfico.
sábado, agosto 29, 2009
quinta-feira, agosto 27, 2009
Clandestino
Clandestino no porão do meu sonho
Viajo sem saber para onde vou.
Sei que ele não me levará até ao fim
Porque eu nunca lhe disse onde fica.
Mas não o vou abandonar agora
Deixo-me levar até onde ele quiser.
(Rui Serodio)
Via A Ovelha Perdida
Pela mesma via o poema Logo Hoje, do poeta autor do Blog
Viajo sem saber para onde vou.
Sei que ele não me levará até ao fim
Porque eu nunca lhe disse onde fica.
Mas não o vou abandonar agora
Deixo-me levar até onde ele quiser.
(Rui Serodio)
Via A Ovelha Perdida
Pela mesma via o poema Logo Hoje, do poeta autor do Blog
quarta-feira, agosto 26, 2009
A velha rua revisitada
Como um cão fiel, fico na escura parede
encostado à própria sombra
Olho para todos os matizes
olho para entrar nas memórias
da janela, lancei os meus olhos
para cima e vi-me aos cinco anos
a olhar a rua carvalho araújo
Outro povo que andou lá
que mundo novo
foi para mim esse olhar.
(inédito publicado no Samucablog)
encostado à própria sombra
Olho para todos os matizes
olho para entrar nas memórias
da janela, lancei os meus olhos
para cima e vi-me aos cinco anos
a olhar a rua carvalho araújo
Outro povo que andou lá
que mundo novo
foi para mim esse olhar.
(inédito publicado no Samucablog)
segunda-feira, agosto 24, 2009
Vasto mundo
O meu mundo é vasto
e os meus amigos moram longe
Outros tiram férias
em Acapulco, sem correio
telefone ou facebook
Mas os meus amigos, esses
quando pensam em mim
ficam felizes onde estão, no mundo
dos amigos não há trevas
e guardam-se com tranquilidade
no coração
O mundo é vasto
e terei amigos do outro lado
do sol.
23/8/2009
e os meus amigos moram longe
Outros tiram férias
em Acapulco, sem correio
telefone ou facebook
Mas os meus amigos, esses
quando pensam em mim
ficam felizes onde estão, no mundo
dos amigos não há trevas
e guardam-se com tranquilidade
no coração
O mundo é vasto
e terei amigos do outro lado
do sol.
23/8/2009
sábado, agosto 22, 2009
Poesia na rede
"La diversidad estética y temática de la poesía más reciente tiene, también, un reflejo plural en el uso de cauces innovadores, impensables hace sólo una década. Internet, el blog, las redes sociales, las revistas digitales y los libros electrónicos son realidades emergentes que están ofreciendo oportunidades diversas para que sus autores se den a conocer. Sin embargo, ese nuevo ecosistema, pese a las más apocalípticas teorías post, afecta poco a la materia poesía. Y a su edición en papel. Es más: no hay poeta joven, que, pese a mostrar su obra en la red y casi en tiempo real, no aspire a ver su libro editado. Es como si en ello se albergara la legitimidad literaria. Sus referentes siguen siendo nuestros clásicos, los poetas españoles del 27 o del 50, Machado o Juan Ramón, los poetas anglosajones (incluyendo a Bukowski o a Carver) y europeos, sin desdeñar, en algunos casos, los más experimentales del pasado siglo."
Continuar a ler
in Babelia, suplemento literário de El Pais de hoje
Continuar a ler
in Babelia, suplemento literário de El Pais de hoje
quarta-feira, agosto 19, 2009
Memória descritiva para ajudar Ulisses
As sereias de Ulisses, Marc Chagall
A sereia monta o cavalo das águas
fica sentada
a abrir os olhos de quem passa
Pendura as suas liras
nos ramos do mar
na água intacta
Na arquitectura dos sonhos
do homem
as sereias são tristes, em grupo
gemem, partem os ouvidos
de Ulisses
As sereias têm grossas escamas
como os vulcões.
18/8/2009
fica sentada
a abrir os olhos de quem passa
Pendura as suas liras
nos ramos do mar
na água intacta
Na arquitectura dos sonhos
do homem
as sereias são tristes, em grupo
gemem, partem os ouvidos
de Ulisses
As sereias têm grossas escamas
como os vulcões.
18/8/2009
domingo, agosto 16, 2009
Pastor de ventos: Ángel González
Pastor de ventos, desde
os infinitos horizontes
refugiam-se rebanhos em tuas mãos.
Certo o futuro, vês a larga
paisagem de colinas, esperando
a brisa que te traga
aquele odor suave do tomilho
ou o fundo aroma a bosque de inverno.
A chuva logo vem, infatigável,
e deita-se a teus pés fazendo charcos
que emigram para o céu no verão.
E descem pelo ar
pássaros e perfumes, folhas secas,
mil coisas
que deixas ou reténs com olhos penetrantes.
Cada dia traz uma surpresa,
e tu cantas,
pastor,
cantas ou assobias
às estrelas altas também tuas.
Trad. J.T.Parreira
os infinitos horizontes
refugiam-se rebanhos em tuas mãos.
Certo o futuro, vês a larga
paisagem de colinas, esperando
a brisa que te traga
aquele odor suave do tomilho
ou o fundo aroma a bosque de inverno.
A chuva logo vem, infatigável,
e deita-se a teus pés fazendo charcos
que emigram para o céu no verão.
E descem pelo ar
pássaros e perfumes, folhas secas,
mil coisas
que deixas ou reténs com olhos penetrantes.
Cada dia traz uma surpresa,
e tu cantas,
pastor,
cantas ou assobias
às estrelas altas também tuas.
Trad. J.T.Parreira
sexta-feira, agosto 14, 2009
Saint-Exupéry segue invisível
Saint-Exupéry segue invisível
continua nas nuvens
a pratear de cinzento a luz
das nuvens, em vão
em baixo se procuram sinais
uma exclamação, um polegar
erguido, uma verdade
própria do deserto
o poeta já deve ter descido
numa via-láctea
como um menino que varria a lava
de vulcões e cuidava de uma rosa
impermeável.
continua nas nuvens
a pratear de cinzento a luz
das nuvens, em vão
em baixo se procuram sinais
uma exclamação, um polegar
erguido, uma verdade
própria do deserto
o poeta já deve ter descido
numa via-láctea
como um menino que varria a lava
de vulcões e cuidava de uma rosa
impermeável.
(publicado inicialmente em A Ovelha Perdida
quinta-feira, agosto 13, 2009
eu e o beberibe
Rio Capibaribe
sou um rio solto na enchente
na correnteza de ausências
rio sem peixe
me falta planta
e é como se me tivessem tirado
o leito
mero ribeiro, agora
dependendo de afluentes
esperando chuva farta
e maré alta
rio solto na correnteza
numa enchente de carências
cabo gato, px, olinda
12.08.09
(samuca santos)
quarta-feira, agosto 12, 2009
terça-feira, agosto 11, 2009
Isso foi amor
segunda-feira, agosto 10, 2009
Excerto da realidade: poema de WCW
William Carlos Williams:
Alguém morre cada quatro minutos
No Estado de Nova York
Caramba para ti e tua poesia
Tu apodrecerás e serás fumo
No próximo sistema solar
Junto com outros gases
Que raio sabes tu a esse respeito?!
(Tradução de J.T.Parreira)
Do livro Spring and All (1923)
Alguém morre cada quatro minutos
No Estado de Nova York
Caramba para ti e tua poesia
Tu apodrecerás e serás fumo
No próximo sistema solar
Junto com outros gases
Que raio sabes tu a esse respeito?!
(Tradução de J.T.Parreira)
Do livro Spring and All (1923)
domingo, agosto 09, 2009
Ode para uns amigos judeus
sábado, agosto 08, 2009
diário de buk
página dedicada ao genial louco charles bukowski
>traduções (principalmente dos poemas, raros em língua portuguesa)
>textos autorais/referentes ao buk
>curiosidades
>comentários publicados em outros livros
>obras de referênciaquem quiser colaborar direto no blog, basta solicitar pelo:samucafsantos@gmail.com
Aqui,
com lançamento oficial no dia 16. Charles Bukowski nasceu em Adernach, Alemanha, a 16 de agosto de 1920. Morreu em 1994.
>traduções (principalmente dos poemas, raros em língua portuguesa)
>textos autorais/referentes ao buk
>curiosidades
>comentários publicados em outros livros
>obras de referênciaquem quiser colaborar direto no blog, basta solicitar pelo:samucafsantos@gmail.com
Aqui,
com lançamento oficial no dia 16. Charles Bukowski nasceu em Adernach, Alemanha, a 16 de agosto de 1920. Morreu em 1994.
quarta-feira, agosto 05, 2009
Email com inédito dentro
De: Brissos Lino
Quarta-feira, 5 de agosto de 2009 13:41:41
Enviada:
Para:
João Tomaz Parreira
1 anexo
Cara de v...doc (19,1 KB)
Querido amigo,
Aqui vai um poema meu, inédito, que ainda está quente, acabado de confeccionar.
Grande abraço,
Brissos
CARA DE VELHO
O campo lavrado no rosto
pelo arado dos anos
e os ais de muitas noites
dois olhos distantes
ao fundo
a equilibrar o medo e a esperança
num arame sem rede
um mapa da vida
feito de sulcos irregulares
que conduz a um destino certo
e único
chamado Saudade.
(Brissos Lino)
5/8/09
Quarta-feira, 5 de agosto de 2009 13:41:41
Enviada:
Para:
João Tomaz Parreira
1 anexo
Cara de v...doc (19,1 KB)
Querido amigo,
Aqui vai um poema meu, inédito, que ainda está quente, acabado de confeccionar.
Grande abraço,
Brissos
CARA DE VELHO
O campo lavrado no rosto
pelo arado dos anos
e os ais de muitas noites
dois olhos distantes
ao fundo
a equilibrar o medo e a esperança
num arame sem rede
um mapa da vida
feito de sulcos irregulares
que conduz a um destino certo
e único
chamado Saudade.
(Brissos Lino)
5/8/09
terça-feira, agosto 04, 2009
Ensaio sobre o Grande Gatsby
Acesa a casa toda a noite no outro lado da baía
farol guiando os olhos
Os olhos frescos de Jay Gatsby, presos
toda a noite a uma luz verde
trémula do outro lado da baía
Enquanto houve festas extravagantes
Entre os brilhos
do verão e os prenúncios cinzentos
do Outono, do outro lado da noite
alguém a cabeça levantava
e invocava o fantasma do amor
nos cristais das luzes
nas teias de silêncios da baía.
2-8-2009
(Extraído de Sinalefa)
domingo, agosto 02, 2009
As vacas de Chaucer
No filme Sylvia (Gwyneth Paltrow) declama Chaucer às vacas.
As vacas do prado
sonolento, ouvem Chaucer
Afastam as moscas
a chicote, com o rabo
E olham para nós
desde a borda do abismo
dos seus olhos
No seu quadrado de terra
as vacas são apenas pontos
branco e preto
e não dão grande importância
à sua sombra, descansam
mesmo sobre ela.
1/8/2009
As vacas do prado
sonolento, ouvem Chaucer
Afastam as moscas
a chicote, com o rabo
E olham para nós
desde a borda do abismo
dos seus olhos
No seu quadrado de terra
as vacas são apenas pontos
branco e preto
e não dão grande importância
à sua sombra, descansam
mesmo sobre ela.
1/8/2009
sábado, agosto 01, 2009
Lição de Ted Hughes:
"É por isso que, enquanto poeta, cada um deve certificar-se de que todas as componentes sobre as quais se pode exercer controlo, as palavras, as imagens, os ritmos, existem como coisas vivas." (in O Fazer da Poesia)
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