quarta-feira, outubro 01, 2008

Uma Ria a que chamaram Aveiro

Esa agua de alma única,
Por la que te conocem por Carlos

Dâmaso Alonso



Como o espanhol também tenho o meu Carlos
a minha ria que chamaram Aveiro
os seus reflexos vêm de repente
de uma esquina verde
dos esteiros

Como o rio em Boston a que chamam Carlos
que passa
entre os edifícios de Harvard
a minha ria tem a sua linguagem
acompanha a sabedoria
de pés descalços e de gaivotas
que riscam reflexos no ar

Sentado na margem desta ria
a que chamaram Aveiro, meus olhos
não perguntam nada
meus pensamentos, esses, correm
dentro no leito da memória.

9/2008

1 comentário:

hfm disse...

Tão belo este rio/a e toda a sua poética. Particularmente hoje num dia difícil para mim, se o meu pai fosse vivo faria 98 anos!

Um abraço