quinta-feira, outubro 30, 2008

Pescador


Pela sua própria mão
desenha
uma ponte entre o braço
e o mar

lança a linha com reflexos
de prata
longilínea no ar

não sabe ao que vai
o anzol

desconhece o que virá
das águas

presa a um fio de sol
a mais viva prata
ou nada.

-10-2008

2 comentários:

Lavrador disse...

viajo até à infância, no seu poema. Aquela em que preso à cana espero presa ao fio "a mais fina prata ou nada".

Anónimo disse...

Belo poema, de recortes relâmpagos! A estrofe final é arrebatadora. Bravíssimo.