quarta-feira, setembro 10, 2008

Porto de Ponta Delgada

(Infância em 1957)

Na data da chegada dos navios
a saudade
voava no cordame
atava o movimento
do navio à pedra lavrada
de silêncios

no cais cheio de olhos
pousado no oceano

no meio do vozeario
só a espuma, sozinha
vai e vem, e branqueia
os limos e os sonhos

Depois tudo ficava
de novo imerso nas ausências.

8/2008

1 comentário:

Eduardo Trindade disse...

Saudade, lembranças da infância, ah, e o mar, portos e barcos... Presenças e ausências tão sentidas... São temas cheios de simbolismo para mim, e adorei a maneira como os exploraste. Parabéns!