sábado, abril 28, 2007

Tudo o que vier depois

Tudo o que vier depois
do fogo, será a matéria
da cinza,

o que vier depois da tempestade,
um lugar
qualquer para refazer os vasos
e moldar o barro,

um silêncio frágil
espalhado pelos dedos.

Tudo o que vier depois
da voz, o eco de um nome
de um amor inesperados

O que vier depois da casa
em ruínas, as formas
do silêncio inabitado

Tudo o que vier depois
da altura, o que vier despido
já da luz e de poesia,

os pássaros difíceis, a chuva
que arde nos olhos, a terra
que na neve tem o toque da ternura.

23-4-2007

1 comentário:

hfm disse...

Que cadência! que palavras! que ritmo! Belíssimo!