Tudo o que vier depois
do fogo, será a matéria
da cinza,
o que vier depois da tempestade,
um lugar
qualquer para refazer os vasos
e moldar o barro,
um silêncio frágil
espalhado pelos dedos.
Tudo o que vier depois
da voz, o eco de um nome
de um amor inesperados
O que vier depois da casa
em ruínas, as formas
do silêncio inabitado
Tudo o que vier depois
da altura, o que vier despido
já da luz e de poesia,
os pássaros difíceis, a chuva
que arde nos olhos, a terra
que na neve tem o toque da ternura.
23-4-2007
1 comentário:
Que cadência! que palavras! que ritmo! Belíssimo!
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