Ao longe. Não tão longe que o vento não possa
Trazer até mim nos seus lábios uma flauta, sinto
Que alguém canta, o silêncio de alguém
Que se contenta em cantar
Ao longe talvez sob uma ponte, numa estação
De comboios a limpar a noite dos seus olhos
Ou à beira do rio a ouvir a realidade das águas
Alguém que tacteia no rosto beijos infinitos
Que perdeu, que desenrola nos dedos
Os fios invisíveis que sobram de um rosto amado
Ao longe, onde tudo está perdido.
23/10/2017
©
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