quinta-feira, outubro 13, 2011

Olhos Suspensos




“olhos pretos parados pela fome”
(José Lins do Rego)


Olhos suspensos por fios invisíveis
feitos de esperas longas
que lançam a noite ao meio-dia
em todas as direcções
o que verão eles? São azeitonas a aguardar
o lagar do sacrifício
uma espécie de altar ao deus que já foi
do desespero
e agora é só da resignação. Como a folha
que sabe que vai cair
porque é Outono.


10/17/11

Inédito de Brissos Lino

1 comentário:

© Maria Manuel disse...

como sempre, um excelente poema. gostei muito da imagética criada, do modo como reflecte o ser humano nestes dias que correm.

abraço.