OLHARES ITALIANOS
Vem à superfície das ondas
cinzentaso branco da sereia
Como uma linha perfeita
de um caule amanhecidoou uma linha de horizonte
vertical
para onde os olhos nas órbitas
rodam em cardume
É uma estátua sem sombras
passa, como a aurorasem deixar provas, só indícios
de um perfume.
4/10/2011
A propósito deste poema, o meu amigo e poeta (residente do Blog), Brissos Lino, propôs o seu olhar, numa intertextualidade mais crua, com uma prosopopeia quiçá mais "erótica", num poema inédito.
OS CÃES OBSERVAM A PRESA
os cães observam os meneios da presa
atentamente
estranham a sua falta de cuidado
com os predadores
aprenderam cedo que os animais selvagens
emboscam a caça
esta nunca vem ter com eles de passo firme
no alto da sua alvura
e de cabeça erguida como provocação
a abrir caminho mesmo no meio da matilha
confundidos nem sabem o que fazer às mãos
e aos piropos do costume
escondem-se atrás de um cigarro
de boca cerrada
num ensaio de sorriso estranho
e num silêncio incómodo
sem acção para nada.
6/10/11
Brissos Lino
1 comentário:
Muito bons os dois poemas. Mas o segundo, um pouco mais me conquistou.
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