terça-feira, novembro 24, 2009

Barcos contra a corrente

E assim continuamos barcos
contra a corrente
gaivotas nas pégadas
da margem
que alçam o voo

Uma onda abre o vão
e engole a proa
que volta depois ao seu lugar
à superfície

Aqui está como vamos
barco em luta na corrente
pégada à espera
da gaivota
que não volta.

23-11-2009

2 comentários:

rui miguel duarte disse...

Soberbo poema a ilustrar a imagem, com a metáfora/alegoria marítima para descrever o deserto. Até ao pormenor das pegadas das gaivotas na margem, podendo nós ver o barco nos caules elevados.

hfm disse...

Como em cada palavra se encontra tudo o que a espera nos alcança e todos os rasgões que em nós provoca. Belíssimo!