O FILHO DE APOLO
Orgulhoso de se saber filho de Apolo
o imberbe Faetonte insistiu em guiar
o carro do Sol do pai
logo que Eos afastou as cortinas
do Oriente
mas os cavalos indomáveis soltaram-se
loucos pelos ares
queimaram bosques
abriram desertos de areia
estalaram a terra nua
consumiram cidades
ferveram lagos
fizeram negros os africanos
e só pararam quando Faetonte
se precipitou nas águas
como estrela cadente
com o cabelo em chamas
hoje há um cisne negro no rio Erídano
um jovem amigo
que recolheu o corpo
do rapaz presunçoso.
Palmela, Maio de 2008
(Brissos Lino)
* Mitologias é série de poemas que este meu querido amigo está a escrever, ao ceder-me o primeiro veio honrar o Poeta Salutor.
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