LE FEU QUI DORT, Mário Dionísio
24
Falar a uma pedra que nos olha sem nos ver
Tocar a pele de um vidro que sem saber deslumbra
apalpar a suave terra que do seu poder não sabe nada
Cantar uma ária d’amor num céu oco que a repete
sem a escutar nem comover-se
Procurar o sorriso terno da lâmina
Andar sempre andar sempre esperar
o que não nasce nem surge apenas do acaso
do calor que flutua pela casa na procela
Conhecer
o fundo sem fim dos velhos espelhos
(Trad.J.T.Parreira)
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