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Ilustração de Julio Saens
Antes que a montanha volte
a inclinar-se, se torne móvel
pelo rolar da rocha e o chão
repita a sua distância
do azul
Antes que teu rosto junto
à rocha, tão perto do magma
apagado do interior do nada,
olhe o píncaro
ao fundo do céu,
antes que esse céu imobilize
o voo dos pássaros
e encostes da pele
a intimidade
ao coração da pedra
sabe que há olhares enternecidos
que estão ainda à tua espera
e da estrela inacessível.
18-3-2007
1 comentário:
Terno mito este, Sísifo. E belo poema de ternura, dum 'lirismo espacial', eu diria... Sísifo, Atlas, Prometeu: Somos cada um deles? Condenados ao martírio diuturno, por havermos feito o que parecia justo? Mas graças a Deus pela Promessa, graças a Deus por haver libertado o homem em Cristo Jesus: "Bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, pois deles é o reino dos céus" (Mateus cap.5). Deus lhe abençoe, amado.
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