sábado, abril 07, 2018

NA IDADE DE PAUL GAUGUIN




Não fossem os setenta e um anos e seria a altura
De fugir para os mares do Sul com a rapariga
Com a pele e os olhos de Taiti, ir colher pássaros
Nas redes dos ramos, entre os arcos das cores
De  flores raras, passar pela frescura
Das mãos molhadas o rosto cada manhã
Subir aos coqueiros, que são parte do silêncio
Verde das praias, e aos recifes como
Vulcões do principiar do mundo
Navegar de canoa e ver a sombra do rosto
No fundo esmeralda das águas transparentes
Mas não. Depois dos setenta anos, todos
Os anos são difíceis e dolorosos
Como disse um salmista.

07/04/2018
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