"E vós, ó coisas navais, meus velhos brinquedos de sonho!
Componde fora de mim a minha vida interior"
Álvaro de Campos
Olho para
o mistério da sombra conhecida
Fica para
trás o navio como mistério parado
No espelho
do rio, ao fim da tarde
O dia
começa o descanso da pedra
Da vida marítima, da Distância
De onde se
vem, o barco trouxe a névoa
De quem
chega, que se dissipa
Numa
saudade cumprida, olho
E o meu
olhar é inocente
Entre a
sombra conhecida, e o mistério
do rumor
oleoso do Tejo, tão inocente
que meu
olhos não sentem barco nem cais
só a
alegria parada do fim da tarde
Por não
saber que havia ilhas e grandes mares
Todos ligados
entre si porque a Terra é redonda.
30-03-2014
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