Pedro Salinas
Há anos que escrevo o mesmo poema
conhecem o caminho e guardam silêncio
conservam o que tenho
para que ninguém tome a minha coroa
há anos que gasto as minhas mãos
nas mesmas pedras
O mesmo poema lavra-se
lava-se cada dia na
corrente sanguíneapara as visitações da divindade
Não há novas palavras é
engano
dos dicionaristas, polir
palavraspara serem novas como os que restauram
telas ou as colunas do Parténon
Por isso há anos que
escrevo o mesmo poema
sem aparências, não há
outrosos poemas são como os pássaros de Salinas
o mesmo pássaro imenso.
8/9/2013
©
1 comentário:
um belo poema mesmo sendo o mesmo poema
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