Duy Huynh (pronuncia-se Yee Wun) é vietnamita radicado nos Estados Unidos da América desde os anos 80.
A sua pintura em acrílico
é poética e contemplativa, assume-se em todos os formatos como a
obra pictórica de um contador de estórias. As imagens repetem-se,
saem do mundo físico para o onírico. E esta mistura confere beleza
– que é a primeira palavra que me ocorre – a quase tudo que o
pintor narra nas suas telas.
Não sei, contudo, se Duy
Huynh é um seguidor consciente de René Magritte, mas as estórias
que conta na sua pintura, suscitam-me esse criador belga.
Pelo onirismo de cada
proposta, pela diegese da sua poesia pictórica, pela escrita de uma
poesia pura nas formas e cores. É uma pintura que seria quase
tangível – pelos materiais que usa, a tinta acrílica é mais
rugosa, saliente – não fora tratar-se de Sonho.
Se a poesia é estar
dentro da realidade e escrever a imagem, a pintura deste artista
vietnamita estrutura-se do mesmo modo: ele pinta a imagem da
realidade dentro da realidade.
Tão surrealista quando
trata de referentes que poderiam ser dos contos de fadas ou dos
mitos, como Magritte. Tão realista quando dá forma onírica ao que
nos revela, sendo que pela sua própria natureza, um sonho é íntimo.