sábado, julho 14, 2012

CONVERSA NOS JOELHOS

Uma noite, sentei a Beleza em meus joelhos.— E encontrei-a amarga. — E insultei-a
Rimbaud


Sentei nos joelhos a suposta inspiração
esperei décadas pelo seu talento
pelo leve sopro de flauta imaginada
por uma asa num verso de poesia
um tigre
que me dá a pata com ternura
uma pomba ornando um telhado
ou uma estrela fugida do tumulto
das galáxias, conversamos:
por que demorou tanto
agora que estou quase a acabar
por que vinha com roupas
impronunciáveis
disse: mas sempre me encontraste
nos silêncios.


13/7/2012

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